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Carlos Matheus - Eletricidade
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domingo, 19 de agosto de 2007

Dispositivo de Proteção contra Surtos - DPS

O dispositivo de proteção contra surtos elétricos (também conhecido como pára-raio eletrônico) é um aparelho que conduz quando há um pico de tensão. Dentro dele, há um varistor de óxido de zinco que é associado a um dispositivo de segurança. Este varistor deixa a corrente passar quando a tensão em seus terminais passa da tensão limite. A passagem da corrente por ele é proporcional à tensão que atinge ele. Esta passagem gradual de corrente por ele que garante que a tensão da saída não aumente.

Já o dispositivo de segurança serve para tirar de operação o varistor se ele passar de sua vida útil, for danificado ou se for submetido a tensões acima de sua capacidade. Há uma sinalização mecânica de seu estado de operação: verde (em serviço) ou vermelho (com defeito).

Geralmente, os DPS são ligados no quadro geral de distribuição, onde cada um pega uma fase, no final se interligam e são ligados ao neutro.

Quando se quer proteger um equipamento mais sensível, como um computador, também há disponível no mercado DPS para instalar diretamente na tomada onde o computador (ou outro equipamento) será ligado. Vale lembrar que este DPS poderá ou não proteger outros equipamentos (se ligados no mesmo circuito), mas o computador estará protegido.

Há duas origens para as sobretensões momentâneas na nossa rede: ou vem de fora, da malha aérea (provocada por raios, por exemplo), ou vem de dentro, pelo acionamento/desligamento de máquinas.

Pois bem, se os surtos estão vindo de fora de sua instalação, o mais viável econômica e tecnicamente é instalar o DPS na entrada QGD (quadro geral de distribuição). Assim, você não correrá riscos do surto atingir um equipamento, e nem pagará pela corrente surto fluindo pela sua instalação (perdas por Joule).

Agora se o causador dos surtos for por exemplo, uma máquina de solda, é melhor instalar o DPS diretamente nesta máquina. Assim, você garantirá que o surto gerado por ela não atinja outras máquinas, e que não será estabelecida correntes de surto pela instalação, garantindo a economia de energia.

Por isso que às vezes a instalação de DPS no QGD acarreta quase nada de economia de energia. Imagine que sua carga geradora de surtos está no ponto distante da sua instalação; o DPS conduzirá a corrente gerada por ela, isto é, a corrente sairá lá da máquina e virá pelos condutores até o DPS. Assim, haverá perdas por efeito Joule.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Disjuntores

O disjuntor é um equipamento de proteção contra sobrecargas ou curto-circuitos. É, também, muito utilizar como interruptor.

Ele deve sempre ser ligado na(s) fase(s), nunca no neutro (apesar de haver modelos trifásicos com entrada para neutro). Há uma simples explicação para isso: é a fase que ocasiona o choque elétrico, então não faz sentido deixar de interrompê-la para interromper o neutro.

O disjuntor é composto basicamente pelos contatos, um bimetálico e um circuito magnético.
  • Contatos: servem para seccionar o circuito, intencionalmente (manobra de uma pessoa) ou de forma automática (sobrecarga ou curto-circuito).
  • Bimetálico: detecta sobrecargas. É uma lâmina composta por dois tipos de metais, de dilatação diferente. Assim, com o aumento da temperatura (devido ao aumento da passagem da corrente elétrica), a lâmina tende para o lado do metal de menor dilatação, até um limite onde o bimetálico sairá do circuito.
  • Circuito magnético: detecta curto-circuitos. Como no início do curto-circuito, a corrente aumenta muito e de modo instatâneo, há uma detecção pelo circuito magnético (devido a grande variação do fluxo magnético).

Em muitas instalações bifásicas, o pessoal utiliza 2 disjuntores monofásicos, o que é errado! Pois, em caso de problemas, apenas um disjuntor desarmará, enquanto o outro continuará com continuidade. Assim, a fase continuará chegando no equipamento, que no momento de manutenção, pode causar acidentes. Vale lembrar que motores trifásicos podem queimar por falta de uma fase, ou seja, não utilize 3 disjuntores monofásicos para proteger o circuito dele, e sim, apenas um tripolar.

Para seu dimensionamento, faz-se necessário conhecer a corrente nominal do circuito que ele irá proteger e a corrente máxima do condutor. A corrente de desarma do disjuntor obrigatoriamente tem que estar entre as duas citadas anteriormente:

  • Maior que a corrente nominal do circuito: senão, em condições normais, com o circuito todo carregado, o disjuntor desarmaria;
  • Menor que a corrente máxima do condutor: é a função principal do disjuntor, proteger a instalação elétrica. Assim, antes que chegue a corrente máxima suportada pelo condutor, ele deverá desarmar.

Se entre ambas houver apenas um disjuntor (por sua corrente nominal (de desarme)), projete-o. Caso contrário, siga os seguintes passos:

  • Para o disjuntor 1, multiplique-a por 1,9 (se disjuntor for menor ou igual a 10A), 1,75 (de 16A a 25A) ou 1,6 (maior que 25A). Se este resultado for menor ou igual ao produto da corrente máxima do condutor por 1,45, este disjuntor pode ser utilizado.
  • Para o disjuntor 2, faça a mesma coisa.
  • Se ambos poderem ser utilizados, você terá que usar o bom-senso para que: a corrente nominal do disjuntor não fique nem tão próximo à corrente nominal do circuito, e nem tão próximo à corrente máxima do condutor. Vale também considerar utilizar o disjuntor de menor amperagem para circuitos resistivos.

Se o disjuntor for instalado em ambientes de alta temperatura (acima de 40ºC), faz-se necessário acrescentar mais uma condição para seu dimensionamento: a corrente nominal do circuito tem que ser igual ou menor do que o produto da corrente nominal do disjuntor pelo fator de temperatura (a tabela pode ser encontrada facilmente na Internet). Isso porque o disjuntor já estaria aquecido, e desarmaria em uma corrente menor do que a projetada para ele. Desse modo, é projetado um disjuntor de maior amperagem para compensar o aumento da temperatura.

Lembrando que, caso a temperatura do ambiente volte a baixar definitivamente, é necessário um novo dimensionamento do disjuntor, senão poderá acontecer de que sua corrente de desarme esteja maior que a corrente máxima do condutor. E como falei, para ambientes quentes, isso não é problema, desde que projetado corretamente.

Preste atenção também na diferença de temperatura ambiente entre o local do disjuntor e a extensão do circuito que ele protege. Possa ser que ele esteja num local muito mais frio que o seu condutor, assim sua corrente de disparo será maior do que a especificada, podendo ultrapassar a corrente máxima suportada pelo condutor.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Consumo de um monitor CRT

Pessoal, acredito que todos visam a economia de energia, então vou disponibilizar para vocês umas medições que fiz com meu monitor CRT 17 pol (link fabricante), no ano passado, para diferentes configurações:

(Obs: para tais medições, utilizei um alicate amperímetro e considerei o FP do monitor igual a 0,80)

* Escurecendo um pouco o fundo branco para do Windows, teremos já uma economia.
(http://img401.imageshack.us/img401/803/corjv2.jpg)
Numa mesma planilha do Excel, obtive uma redução de 2W escurecendo um pouco o fundo do Windows.

* Reduzindo o brilho do monitor.
Utilizando a mesma planilha, obtive redução de 6W de 0 a 100% no brilho (fixando o contraste).

* Reduzindo o contraste do monitor.
Na mesma planilha, reduziu-se 14,5W de 0 a 100% no contraste (fixo o brilho).

* Reduzir a taxa de atualização do monitor.
É muito mais confortável aos olhos utilizar 75Hz do que 60Hz, apesar do aumento de 4W.

* Ativando a opção de desligar o monitor após x minutos.
A opção que resultará numa maior economia para todos. No meu CRT, programei para desligar o monitor em 3 minutos. Em modelos LCD, recomendam utilizar esta opção caso você tenha certeza que só irá retornar a utilizá-lo em 15 minutos após desligado (claro que não é tão arriscado, mas não se pode criar o hábito), devido a redução da vida útil do LCD. Já nos CRT, pelo menos por experiência própria, sempre que levanto, desligo o monitor (no botão), e várias vezes religo-o em poucos minutos, e nunca tive problemas.

Podemos ver que o contraste influencia muito mais no consumo do que o brilho. Porém, ao reduzir o contraste, a leitura fica muito mais difícil, se comparado à redução do brilho. Então, fiz assim em casa, coloquei o brilho em zero. E o contraste reduzi até um nível onde a leitura ficasse agradável.

A taxa de atualização deixei em 75Hz mesmo. Quem usa esta taxa e experimenta os 60Hz, vê o quanto a taxa 75Hz é essencial.

No final, após fazer todos as correções de brilho, contraste e cor de fundo, meu monitor está consumindo atualmente 58W. Se estivesse nas configurações de fábrica e padrão do Windows, estaria em 68W. Isto é uma redução de 10W, e sem sacrifício algum.

Para muitos, esta redução não é significante, mas a questão é disseminar esta consciência de economia de energia, que se aplicada a tudo em nosso dia-a-dia, com certeza o retorno será muito maior.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Dispositivo DR

O DR é um dispositivo que atua conforme a diferença de corrente entre os pólos. Há um toróide dentro do invólucro que, para cada pólo de entrada (fases e, quando tem, neutro), há uma bobina envolvendo o toróide. Dentre estas, há uma bobina auxiliar ligada a um relé (que faz a interrupção).

Se houver diferenças entre as correntes que entram no DR (acima do limite), haverá um resíduo de fluxo magnético no toróide, que induzirá uma tensão (e, conseqüentemente, uma corrente) na bobina auxiliar, alimentando o relé e desarmando o DR. O dispositivo apenas detecta correntes residuais, ele não atua em sobrecargas ou curto-circuitos. Há modelos disjuntores DR que atuam contra curto-circuito, sobrecarga e corrente residual.

A ligação do DR deve ser feita com as fases e o neutro (quando houver). Vale lembrar que o condutor de proteção (exceto o PEN (neutro e terra conjugado)) não entra no DR, senão ele seria incapaz de detectar justamente a corrente de fuga.

(Vale lembrar que corrente de fuga oriunda de choque elétrico (fase-terra) sempre é detectada pelo DR, se acima de sua sensibilidade).O DR não pode ser instalado em qualquer tipo de instalação, dependerá do esquema de aterramento adotado:

  • TT: pode-se utiliza-lo, visto que o condutor de proteção (onde a corrente de fuga passará) não passa pelo DR.
  • TN-C: não pode ser utilizado, pois como o condutor é conjugado, a corrente de fuga entrará no DR do mesmo jeito (pelo condutor PEN).
  • TN-S: pode-se utiliza-lo. O condutor de proteção que conduzirá a corrente de fuga.
  • IT (neutro com impedância): pode instalar, sendo que como a corrente de fuga neste sistema é pequena, possa ser que o DR não detecte (salvo quando há várias fugas num mesmo circuito).
  • IT (neutro isolado): neste sistema, não faz muito sentido instalar DR, visto que a corrente de fuga, em geral, ou não existe ou é muito pequena (pois a impedância neutro-terra é muito alta).
Quando falo que num esquema de aterramento, um DR não possa ser utilizado, eu me refiro à condição de detecção de corrente de fuga oriundas de falhas de isolação (e não de correntes que retornem pela terra, em si). Este tipo de corrente, que retornam pela terra, são características de choques elétricos (contato indireto em massas, ou contato direto com fase).

Para qualquer esquema de aterramento (exceto IT (neutro isolado ou com impedância)), podemos utilizar o DR para proteger os trabalhadores contra choques elétricos (fase-terra): quando a vítima tocar na massa energizada, uma corrente tenderá a sair da massa, seguir pelo corpo e voltar ao sistema elétrica pela terra. Ou então contato direto na fase. É fácil perceber que o DR está em apenas um sentido do caminho (na ida da corrente, pela fase; a corrente de fuga não estaria retornando pelo neutro). Assim, haverá uma corrente residual sendo detectada por ele.

Vale lembrar que choques fase-fase ou fase-neutro não são detectados pelo DR (desde que a(s) fase(s) e/ou o neutro em questão sejam do mesmo circuito do DR).Em esquemas IT (neutro com impedância ou isolado), como já dito, a corrente de fuga é muito pequena (principalmente no último), às vezes impecerptível aos DRs (dada a alta impedância para retorno de corrente pela terra ao transformador). A instalação do DR deve ser estudada, visto que, se instalado nos alimentadores principais de uma instalação, e um equipamento apresentar fuga, o DR atuaria e toda a instalação cairia. Assim, ficaria difícil para detectar a origem do problema.

Já ouvi falar que o DR detecta curto-circuito entre bobinas de um motor. Bom, a depender da intensidade do curto, o DR atua por causa da elevação da corrente (disjuntor DR). Porém, atuar por corrente residual, vejo um equívoco. Um motor trifásico, alimentado por três fases, caso haja uma falha na isolação, pode apresentar corrente de fuga entre bobinas. Porém, esta corrente retornará pelas próprias fases, o que não resultaria em diferença de corrente, pois a soma das correntes entre as fases seriam sempre igual a zero.

Caso a falha de isolação seja entre a bobina e a massa, aí claro que o DR atuará, pois a corrente de fuga estaria sendo conduzida pelo terra, e não retornando por alguma fase.

O DR deve ser instalado em áreas sujeitas a lavagens (chão molhado), por exemplo, cozinha, área de serviço e banheiro, e em tomadas externas à edificação (ou que alimentem máquinas situadas na área externa).

Em esquemas IT, a utilização do DR não é obrigatória, quando a continuidade é imprescindível à segurança de alguém (salas de cirurgia ou serviços de segurança, por exemplo).

sábado, 7 de julho de 2007

Versão em inglês

Pessoal, comecei a traduzir os antigos tópicos para postar os mesmos também em inglês.

Para tal, visando não misturar os idiomas, abrirei outro blog, sendo que os dois estarão sincronizados (primeiro publicado no nosso idioma, e só depois traduzido e publicado na versão em inglês).

O endereço é: http://carlosmatheus86eng.blogspot.com

Vejo essa atitude como também um aprendizado (ou reciclagem) para todos. Tanto para mim (escrevendo-os), quanto para vocês (lendo-os).

A versão em inglês do tópico "Lâmpadas fluorescentes" já está postada.

Grande abraço.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Choque elétrico

O choque elétrico caracteriza-se pela passagem da corrente elétrica através do corpo humano, ou seja, fazemos do nosso corpo uma parte do circuito onde a corrente estará passando. Essa passagem é através do espaço onde a corrente encontrar menor resistência.

O choque elétrico pode ter diversas causas, como: contato com fios ou fontes energizados, ausência de aterramento, falha na isolação, perturbações da natureza, energização acidental, erros de manobra, arco elétrico (arco elétrico geralmente vem acompanhado de graves queimaduras, devido a grande quantidade de calor liberada), etc.

OBS: trabalhadores com placas metálicas no corpo e/ou aparelhos eletrônicos (marca-passos, por exemplo) deverão manter-se longe de campos eletromagnéticos gerados por alta tensão, pois esse campo poderá aumentar a temperatura de elementos metálicos ou provocar disfunções em circuitos eletrônicos (nos marcapassos cardíacos). E agora surge a dúvida: com toda essa discussão em torno da eletricidade transmitida sem fio, será que o campo magnético não será intenso o suficiente para causar problemas em pessoas que utilizam tais aparelhos? Será que não é intenso o suficiente mesmo para pessoas que não os usam?

Nosso corpo é composto de 80% de água, que por natureza é condutora (por causa dos minérios nela contidos). Fora nossa pele (que possui alta resistência), nossos órgãos estão propícios a receberem perturbações elétricas. Vale lembrar ainda que nosso sistema muscular e nervoso é naturalmente orientado por impulsos elétricos.

A depender do estado da nossa pele, se formos submetidos a baixas tensões, não sofreríamos choque elétrico (pele saudável e seca), pois a corrente seria menor do que o limiar de sensação. Porém, com a pele úmida (suor, por exemplo), a resistência cai muito e com a mesma tensão, poderíamos sofrer um choque elétrico, já que a corrente que passaria por nós seria maior.

Um perigo do choque é que a pele pode romper-se. Acontecendo isso (e como já sabemos que ela tem alta resistência), a resistência total do nosso corpo cairia, o que faria a corrente, que já nos perturba, aumentar.

Os malefícios e a gravidade do choque dependem de diversos fatores:
  • Tipo da corrente: muitos dizem que a corrente alternada é mais perigosa, pois faz a vítima contrair o músculo e mantê-lo assim, aumentando o tempo de exposição.
  • Freqüência: apenas existente em correntes alternadas, quanto maior for, maior é o limiar de sensação, logo menos prejudicial é.
  • Intensidade da corrente: é o número de cargas elétricas que passam na seção do condutor por segundo. Quanto maior, mais perigoso torna-se o choque.
  • Tempo de exposição: talvez o mais importante dos fatores. É o tempo que a pessoa fica sob a condição de choque elétrico.
  • Percurso no corpo: também é importante. O percurso mão-a-mão, por exemplo, é muito perigoso, pois as cargas podem afetuar o coração e os pulmões.
  • Tensão: para as mesmas condições (que provocaram a ocorrência do choque), quanto maior a tensão, maior será a corrente do choque, conseqüentemente, mais perigoso será o choque.
  • Resistência: como já dito, a depender da resistência apresentada pelo corpo no momento do choque, ele se torna mais perigoso (para menores resistências).

Para evitarmos a ocorrência de choques elétricos, devemos sempre:

  • Utilizar EPIs conservados e apropriados (lembre-se: a empresa é obrigada a oferecer e cobrar o uso de EPIs em bom estado de conservação).
  • Utilizar ferramentas dentro das normas técnicas, e de acordo com a tensão na qual se irá trabalhar.
  • Evitar o uso de metais pessoais.
  • Planejar todo o trabalho a ser feito (início ao fim).
  • Saber o que está fazendo e no que está mexendo.

O choque elétrico também tem seus benefícios:

  • Por muito tempo foi utilizado o choque eletroconvulsivo, para tratar pacientes esquizofrênicos (hoje utiliza-se drogas).
  • Taser é uma arma que dispara dois dardos, com alta tensão entre eles, injetando no alvo (criminoso) uma corrente elétrica suficiente para inabilitá-lo. Existem modelos pessoais (de contato).
  • Marcapasso cardíaco, que monitora os batimentos do coração, aplicando impulsos elétricos quando necessário.
  • Produtos para beleza estética que exercitam os músculos aplicando choques, e que garantem que substituem a ginástica convencional.
  • Desfribilador cardíaco, que reanimam pacientes com fibrilação no coração (às vezes vítima de choque elétrico tem seu coração fibrilado; então temos que causar-lhe mais choque elétrico (com o desfribilador) para que seu coração volte ao normal).

Sua família é o seu maior bem.

Nenhum trabalho é urgente o suficiente para que não haja um
PLANEJAMENTO DE SEGURANÇA.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Desenergização

A desenergização muitas vezes é equivocada. Seu melhor conceito pode ser: conjunto de medidas que prever eliminar os riscos elétricos no desligamento de uma máquina (ou sistema).

A simples manobra no disjuntor não garante uma condição segura para o trabalho. Seguindo os seguintes passos, você garantirá mais segurança em seus serviços (a NR-10 diz que somente será considerado circuito desenergizado caso os seguintes passos sejam seguidos, obedecida a ordem):

  1. Interrupção ou seccionamento da energia elétrica, seja por chaves, disjuntores, etc.
  2. Impedimento da reenergização, com a utilização de cadeados (que só poderá ser aberto por quem está realizando o serviço), por exemplo. Essa medida impede que desavisados tenham acesso ao seccionador (para reenergização acidental ou intencional).
  3. Constatação da ausência de tensão após o seccionamento (pois possa ser que a manobra não fora bem sucedida (problemas mecânicos)).
  4. Equipotencialização dos condutores logo após o seccionamento, no sentido da carga. Tal medida garante a inexistência de tensão entre os condutores, além de estabelecer onde ocorrerá o curto-circuito: como você estará trabalhando na carga, o curto dará logo após ao seccionamento (onde a equipotencialização está), e não em cima de você.
  5. Aterramento das massas (que já deverá existir né?) e da equipotencialização, para garantir a ausência de tensão entre os terminais (já equipotencializados) e a terra.
  6. Proteção dos elementos energizados dentro da área controlada, para que sejam evitados contatos acidentais com outros equipamentos. No momento da realização do trabalho, a pessoa tem que se preocupar apenas com o serviço que está realizando; para isso, ele precisou eliminar os outros riscos, como o de contato acidental com os outros elementos energizados.
  7. E por fim, a sinalização devida para alertar os outros que há homens trabalhando no circuito e não é permitida a reenergização.

Nem sempre há a necessidade de seguir tais ordens, visto tal exemplo: temos um seccionador dentro de um quadro (apenas ele). Se houver possibilidade, já poderemos fazer a equipotencialização e aterramento dentro do quadro (óbvio que somente após o seccionamento), e só depois, impedir a reenergização, com utilização de cadeados na porta do quadro, e sinalizar.

Além do mais, há ambientes que será necessária adaptação do procedimento, devido a periculosidades particulares. O novo modelo não poderá prover menor segurança do que o padrão.

A idéia é usar o bom-senso.

Para a reenergização do circuito, faz-se necessário seguir a ordem:

  1. Retirar todo o material utilizado no serviço, como ferramentas, utensílios, resíduos decorrente da atividade, etc.
  2. Orientar a todos os presentes do processo de reenergização (quando necessário, retira-los).
  3. Remover o aterramento e a equipotencialização (inclusive proteções extras que por acaso tenham sido instaladas).
  4. Remoção da sinalização do impedimento de reenergização (veja que esta medida é uma das últimas, visto que o processo de retirada de equipamentos e proteções ainda fazem parte da manutenção).
  5. Autorização da reenergização (destravar cadeados, por exemplo) e religamento do seccionador.

Seguindo tais medidas (todas previstas na NR-10), você garantirá maior segurança para você e sua equipe, reduzindo riscos de choque elétrico (e suas decorrências).

Aterramento

O aterramento é a ligação intencional de um circuito (ou massa) à terra. Ele pode ser: proteção, funcional ou temporário.

Proteção: prever proteção ao ser humano por fornecer um caminho para a corrente elétrica.
Funcional: a terra é usada como condutor de retorno. Ex: transformadores MRT utilizam a terra como condutor (vai apenas uma fase para o equipamento, sendo que o que seria neutro é a terra). Este modelo MRT é muito utilizado em zonas rurais, devido ao seu baixo custo.
Temporário: como já sugere o nome, é um aterramento temporário do circuito, para proteger o trabalhador envolvido no trabalho.

Para fazer o aterramento, faz-se necessário: haste de cobre (ou alumínio), conectores, condutores e tratamento químico do solo (quando preciso).

Para cravar a haste no solo, podemos seguir o seguinte roteiro:

  • Fazer um buraco na terra e colocar uma mangueira d'água para umidecer a terra, que tenderá a ficar mais branda.
  • Após esperar alguns minutos, comece a fincar a haste com as mãos até onde conseguir. Retire a haste e coloque mais água.
  • Repita este processo até não conseguir mais enterrá-la com as mãos. Agora utilize a marreta. (Se conseguir, retire a haste e coloque mais água).
  • Quando não conseguir mais retirar a haste, utilize a marreta até sobre apenas 10cm de haste pra fora da terra.

Com a haste já cravada, faça um buraco em volta, para colocar a caixa de inspeção (serve para abrigar o conector haste-condutor, de modo a evitar desgaste físico e acidentes).

Para conectar a haste ao condutor, utiliza-se: conector ou solda (permanente). A solda é a melhor conexão, visto que o resultado obtido com a explosão é praticamente a inexistência da resistência de contato (requer mão-de-obra especializada para prover a ligação).

Caso utilize conectores, faz-se necessária manutenção periódica, pois a corrosão com o tempo (devido a oxidação) aumenta a resistência de contato condutor-haste, reduzindo a eficiência do aterramento.

Há diversos tipos de aterramento, classificados de acordo com o tipo de ligação: IT (neutro isolado e neutro com impedância), TT, TN-C, TN-S e TN-C-S.

  • IT (neutro isolado): o neutro que vem do transformador não é aterrado. As massas metálicas de equipamentos são aterradas através de um eletrodo de terra. A corrente de fuga neste esquema é pequena e não apresenta riscos (devido a alta impedância do isolamento do neutro a terra Zct (por exemplo, de 5kOhms)). A ocorrência da segunda falha deve ser considerada improvável, visto que faz-se necessário um equipamento para monitorar e localizar a ocorrência da primeira falha (para ser eliminada).
  • IT (neutro com impedância): a ligação entre o neutro e a terra é feita através de uma impedância Zs (por exemplo, de 1,5kOhms). Idem ao esquema IT para corrente de fuga.
  • TT: o neutro e as massas são aterrados, com hastes diferentes. Pode-se utilizar dispositivos de corrente residual, pois os condutores (neutro e terra) são independentes.
  • TN-C: terra e neutro conjugado, isto é, o mesmo fio funciona como neutro e como terra. O neutro é aterrado logo na saída (podendo ter mais de um ponto de aterramento ao longo da instalação), vai aos equipamentos, que tem suas massas ligadas diretamente ao neutro. (Este é o tipo de aterramento que é estabelecido quando fazemos um jump do neutro pro terra na tomada). Tal esquema de aterramento não pode usar dispositivos de corrente residual, visto que uma falha na isolação também constitui curto-circuito em fase e neutro (ou mesmo porque o dispositivo nem enxergaria a corrente de fuga). Para desconexão, neste caso, utiliza-se disjuntores (ou fusíveis).
  • TN-S: terra e neutro separado, isto é, utiliza-se um fio para o neutro, e outro para o terra. O neutro é aterrado na fonte, as massas são ligadas a um fio terra, que é ligado ao neutro (geralmente, no início da instalação, constituindo dois barramentos (um do neutro e outro do terra, curto-circuitados)). Já neste esquema, podemos utilizar o dispositivo de corrente residual, visto que a corrente de fuga será enxergada pelo mesmo.
  • TN-C-S: esquema onde, em uma parte da instalação, um mesmo condutor tem função neutro e terra (onde não podemos utilizar dispositivo de corrente diferencial), e noutra, os condutores são separados (podemos utilizar o dispositivo).

Quando já se tem um aterramento, mas o mesmo está apresentando um alto valor de resistência, podemos tomar as seguintes medidas:

  • Aumentar o número de eletrodos (hastes) em paralelo. Deve-se verificar a distância entre eles, para que não haja resistência mútua (quando uma haste está dentro do campo da outra barra) (para evita-la, convém-se instalar a próxima haste distanciada de duas vezes o tamanho das mesmas (na minha opinião, pois já vi recomendarem a distância ser igual a altura). A partir de certo número de haste, a resistência passa a diminuir pouco, quando a técnica deixa de ser eficaz.
  • Aumentar a profundidade (com emenda à outra haste). Para aplicar tal técnica, faz-se necessário um estudo do tipo de terreno, pois possa ser que as camadas mais profundas possuam resistência ainda maior.
  • Aumentar a seção do eletrodo (haste). Porém, para tal técnica, é exigido um melhor ferramental para cravar hastes mais robustas na terra, e a redução da resistência (por conta apenas desta técnica) não é grande.
  • Tratamento químico do solo. Pode-se adicionar sais na terra que circunda o eletrodo para reduzir a resistência do aterramento. Não é aconselhável adicionar tais sais em contato com o eletrodo, para evitar sua corrosão. Faz-se necessária a troca do aditivo, pois com o tempo, a resistência pode aumentar (dispersão dos sais). Em pequenos aterramentos, tal técnica é muito viável.

Há outras formas de reduzir a resistência de aterramento, por exemplo, é a aplicação de betonita (para preencher o solo em torno do eletrodo). Ela tem baixa resistividade e é higroscópica, absorvendo água para a região em torno do eletrodo (que é a região crítica, onde apresenta maior resistividade (é fácil notar isso, pois apenas tratando quimicamente a região em torno do eletrodo, já se observa uma queda no valor da resistência do aterramento)).

Caso você não tenha aterramento, você pode usar temporariamente um módulo isolador. Ele funciona separando eletricamente o circuito primário (da casa) do circuito secundário (que sai pro computador, por exemplo). Assim, caso haja uma falha de isolação dentro do gabinete, e você tocar nele, não haverá caminho para a corrente, assim você não tomará choque. Vale lembrar que não pode-se utilizar um equipamento que tenha sua massa aterrada no módulo isolador, nem mesmo montar uma rede com computadores aterrados convencionalmente (aí pinta a dúvida: "o cliente que utiliza velox tem a linha telefônica (cujo terra é interligado ao terra da instalação, correto?) ligada ao modem, que é ligado ao computador. Será que o módulo ainda continuará fazendo o que promete?").

Tem gente que fala que o módulo isolador transforma a corrente de fuga em calor (efeito Joule). Na verdade, como a corrente de fuga (que no caso retorna ao enrolamento secundário) pode ser de valor elevado, isto pode causar um aquecimento do condutor, e assim, ter a falsa impressão de que o módulo "está transformando-a em calor".

Todo estabilizador deveria ser um isolador (na verdade, todo transformador é, caso não haja ligação entre o primário e o secundário). A diferença entre um estabilizador convencional e um módulo isolador, é que no último, há uma camada dupla de isolamento entre as bobinas e o núcleo, garantindo assim, um melhor isolamento elétrico entre os circuitos, além de não haver ligação elétrica entre o neutro de entrada e de saída.

Na minha opinião, é muito mais viável você fazer sua instalação com o terra convencional (haste e condutor), visto que poderá utiliza-lo para diversos equipamentos (computador, máquina de lavar, geladeira, chuveiro elétrico, etc.).

Lâmpadas fluorescentes

Muito se fala sobre a economia das lâmpadas fluorescentes na conta de energia. Elas consomem, em comparação às incandescentes, cerca de 80% menos; assim, a tendência é achar que ela é "amiga da natureza" ou a mais ambientalmente correta.

Mas será que isto é fato? Vejamos alguns pontos.

  • As incandescentes tem o processo de fabricação muito mais simplificado do que as fluorescentes. Inclusive o material utilizado é muito menor. As fluorescentes tem circuitos eletrônicos que exigem muito mais energia para ser montado, além da quantidade de energia e matéria-prima gasta para a fabricação de cada componente do circuito.
  • As lâmpadas fluorescentes contém metais pesados (ex. o mercúrio). Hoje em dia, como não é feita a coleta seletiva (mais energia gasta) deste tipo de lâmpadas (apesar de já existir processo de descontaminação do tubo), elas vão para aterrar sanitários, contaminando rios e pessoas que lá (infelizmente) vivem e comem. Só a mérito de curiosidade, a quantidade de mercúrio presente em uma única lâmpada fluorescente é capaz de inviabilizar 20mil litros de água para consumo humano.
  • Lâmpadas fluorescente têm baixíssimo fator de potência (as compactas, tem 0,5). Isso quer dizer, para um balcão que utilize fluorescente, é necessário a correção do fator de potência com capacitores (mais energia e matéria-prima para fabricação dos mesmos).
  • Já a incandescente tem o problema de emitir muito calor. Na verdade, ela só emite luz justamente por causa do calor: o filamento, de tão quente que fica com a passagem da corrente elétrica, começa a incandescer. Este tipo de iluminação aumenta muito a temperatura de um ambiente, o que sobrecarregaria o sistema de refrigeração local, além de provocar agitação nos trabalhadores, etc.
  • Porém tem seu fator de potência praticamente 1. Ou seja, para corrigir o fator de potência da indústria, você precisaria muito menos capacitores, pois a iluminação já estaria ajudando a corrigi-lo.
  • As fluorescentes têm vida útil maior que as incandescentes. Porém, a mesma é reduzida conforme é aumentado o número de acionamento da lâmpada, num mesmo período de tempo. A OSRAM diz que, caso o tempo de ausência do ambiente seja menor que 15 minutos, é recomendável deixa-la ligada, visto que, ao apagar e reacendê-la, estaria reduzindo sua vida útil.
  • As lâmpadas flourescentes de reatores (obrigatórios para seu funcionamento, o que demanda mais matéria-prima e energia) eletromagnéticos trabalham numa freqüência de 60Hz, o que causa efeito estroboscópico e de cintilação da luz, o que causa desconforto visual. As mais recentes, com reatores eletrônicos, trabalham em freqüências de 35kHz e já eliminam (ou reduzem bastante) tais efeitos. Em contra-partida, estas altas freqüências geram harmônicas na rede, o que faz-se necessária a instalação de filtros (matéria-prima e energia).
  • O custo da instalação elétrica, entretanto, é mais reduzido para lâmpadas fluorescentes, visto que para uma mesma tensão, a corrente de uma fluorescente que produz o mesmo fluxo luminoso é menor (4 vezes, por exemplo) do que a equivalente incandescente.

O problema é que hoje, pelo menos o que a mídia passa, é que pelo simples fato da lâmpada fluorescente consumir menos para emitir o mesmo fluxo luminoso (ou seja, melhor eficiência), elas são as melhores pro meio ambiente, pois consomem menos energia. Mas e os outros fatores que mencionei acima? É uma bola de neve... Ela reduz o custo na sua conta de energia, correto, mas em termos ecológicos, há um impacto muito maior.

É visível o alívio no sistema elétrico brasileiro com o aumento do uso de lâmpadas fluorescentes. Imagine se todas as lâmpadas fluorescentes utilizadas de 20W fossem incandescentes de 100W?!

Não sou contra o uso de fluorescente (mesmo porque aqui em casa só utilizo fluorescente, como praticamente todo mundo que conheço). Só estou expondo as conseqüências.